Como e por que o New York Times ignorou o Holocausto?
RELIGIÃO MOSAICO OU POVO JUDEU?
Várias vezes escrevi sobre o problema de conceber o judaísmo como uma “religião”, em vez de entendê-lo como sendo o que une o povo judeu: Suas leis. Sua história. Sua terra. A diferença entre «religião judaica» e «povo judeu» pode parecer um jogo de palavras simples e supérfluo, mas quando entendemos a origem dessa distinção, e principalmente suas terríveis consequências, podemos avaliar melhor sua magnitude.
A diferenciação entre o povo judeu e a religião judaica começou no início do século XIX na Europa Ocidental, quando estimulados pela ideia de emancipação, os primeiros judeus reformistas renunciaram deliberadamente a qualquer ideia que pudesse relacioná-los com a terra de Israel, um elemento fundamental da nossa Torá. Os rabinos reformistas daquela época renunciaram explícita e abertamente à ideia de um Messias que os levaria de volta a Israel e à ideia de reconstruir o Bet haMiqdash ou orar por seu retorno a Yerushalayim, ou chorar por sua destruição. Todos esses conceitos que compõem o aspecto nacional do judaísmo foram deliberadamente eliminados dos livros de orações e do novo ritual de reforma. A ideia era muito clara: os judeus reformistas agora se apresentavam como franceses ou alemães «patrióticos», como parte integrante dos países europeus que habitavam. E como um gesto indiscutível de lealdade à sua nova «pátria» eles renunciaram abertamente a qualquer coisa que pudesse ser percebida como uma expressão de dupla lealdade e deliberadamente se separaram do resto do povo judeu. Os primeiros reformadores orgulhosamente se autodenominavam «alemães» do «credo mosaico» (eles tentavam usar a palavra «judeu» ou «religião judaica» o mínimo possível). Desta forma pretendiam comparar-se com outros grupos religiosos, como católicos ou protestantes, que não tinham uma fidelidade alternativa, nem nacional nem geográfica.
O LIBELO DE SANGUE DE DAMASCO
As terríveis consequências dessa mudança de paradigma aparentemente inocente não tardaram a chegar. Um exemplo: em 1840 houve um terrível libelo de sangue em Damasco, na Síria. A comunidade judaica daquela cidade foi ridiculamente acusada de ter matado uma criança cristã para usar seu sangue para fabricar as Matsot da Páscoa (sic!). Vários líderes comunitários foram presos, torturados e forçados a confessar este falso crime. Os líderes judeus da Europa, como Sir Moises Montefiore de Londres, Adolphe Crémieux da França, Eliyahu Picciotto da Áustria e muitos outros moveram céu e terra para ajudar a libertar esses pobres judeus e, após uma luta incansável, conseguiram tirá-los da prisão. Houve uma exceção a esses esforços: Abraham Geiger, o líder mais importante dos judeus reformistas na Alemanha. Geiger, considerado por muitos historiadores o fundador do movimento reformista, recusou-se a ajudar esses Yehudim, pois era um «alemão» de religião mosaica, e nada tinha em comum com aqueles «árabes». Isso não teve NADA a ver com sefarditas ou asquenazes. Geiger se via como pertencente ao povo «alemão», e para ele, consequentemente, não havia vínculo nacional (ou afetivo) com nenhum outro judeu, fora da Alemanha. O fato de que esses judeus sírios praticavam o mesmo credo que ele era inteiramente circunstancial e secundário. Rav Geiger não lhes devia nada. Geiger certamente não foi o primeiro judeu a se recusar a ajudar outros judeus. Mas que eu saiba, ele foi o primeiro líder religioso a usar esse novo argumento: a renúncia da ideia do povo judeu, em favor da ideia de “religião”, a fim de se desconectar da terra de Israel e do resto do povo judeu. Em sua imaginação ingênua, sua apatia e indiferença em relação aos outros judeus o ajudariam a ser percebido pelos cidadãos alemães como apenas mais um alemão: autêntico, patriótico e sem dupla lealdade.
DESINFORMAÇÃO E SEU CUSTO
Mas o que isso tem a ver com o Shoah e o New York Times?
Infelizmente, muito. Essa história dolorosa não é amplamente conhecida, especialmente fora dos EUA. Mas é uma lição muito importante e acho que é relevante para os nossos dias, onde a informação e a desinformação têm tanto poder.
Entre 1939 e 1945 havia cerca de 5 milhões de judeus vivendo nos EUA. Muitos deles muito influentes no governo e na cultura do país. No entanto, muito pouco foi feito por judeus americanos proeminentes para influenciar Franklin D. Roosevelt e, com isso, salvar seus irmãos na Europa, quando eles mais precisavam. Os judeus da Europa estavam pedindo desesperadamente que os militares dos EUA bombardeassem os trilhos do trem que levavam milhões de judeus para a morte, ou bombardeassem os campos de concentração. E como sabemos, nada disso aconteceu… até que fosse tarde demais.
O LONGO SILÊNCIO
Mas porquê? Uma das razões dessa falta de ação e desse silêncio ensurdecedor em resposta aos gritos sem fim é que a grande maioria dos judeus americanos (e não-judeus) NÃO SABIA o que estava acontecendo: eles não tinham ideia da magnitude do massacre que estava ocorrendo em solo europeu… Como isso aconteceu? Um livro chamado «Buried by The Times» de Laurel Leff explica esse enigma. Leff conclui que o principal responsável por essa desinformação deliberada foi um dos homens mais influentes nos Estados Unidos na época: Arthur Hays Sulzberger, editor-chefe e dono do New York Times (sua família ainda é dona deste jornal), o maior jornal do mundo. Na década de 1940, o New York Times, em especial, não era apenas o jornal mais importante do mundo, mas também o jornal «líder»; no sentido de que milhares de outros jornais e agências de notícias nos Estados Unidos e em todo o mundo obtiam suas informações do Times e seguiam sua liderança (isso obviamente está mudando no mundo moderno da mídia).
QUANDO O SANGUE DO SEU IRMÃO GRITA DAS CINZAS
Vejamos alguns exemplos que ilustram a atitude parcial do New York Times ao relatar as atrocidades que ocorrem na Europa.
Um artigo do New York Times de 2 de julho de 1942 relata o assassinato de 700.000 judeus, um quinto de toda a população judaica da Polônia. O artigo menciona campos de concentração e câmaras de gás. O artigo também diz: “Crianças em orfanatos, idosos em hospícios, doentes em hospitais e mulheres foram mortas nas ruas. Em muitos lugares, os judeus foram cercados e deportados para destinos não revelados ou massacrados em florestas próximas.» O artigo continua listando quantos judeus foram mortos em cada província, depois diz que «o massacre ainda continua em Lwow». o público americano desconhecia em grande parte a magnitude do que estava acontecendo. E aqui está o porquê. Esta história foi deliberadamente enterrada no meio do jornal. Este artigo de 2 de julho de 1942 apareceu na página 6, sob um pequeno subtítulo reservado para material insignificante.
Outro artigo de 27 de junho de 1942 descrevendo o mesmo massacre como «provavelmente o maior massacre em massa da história» estava na página 5 e nem tinha uma manchete separada! Essa indiferença horrível para com a Shoah não aconteceu porque a primeira página do jornal estava cheia de notícias importantes. No dia em que essa história horrível apareceu enterrada no New York Times, a primeira página apresentava artigos sobre tênis e frutas enlatadas. Então perguntamos novamente por quê?
NADA MAIS PERIGOSO QUE A INGENUIDADE
A resposta é: Arthur Hays Sulzberger. Sulzberger era o proprietário e editor do New York Times. E o mais surpreendente é que ele era judeu!
Sulzberger declarou que não sentia nenhuma ligação religiosa ou emocional com a massa de judeus europeus que estavam sendo assassinados. Parecia que, ao contrário, ele estava fazendo o impossível para ignorá-los.
Sulzberger escreveu o seguinte:
«Não há um denominador comum entre o pobre judeu infeliz sendo levado [à morte] na Polônia e… eu. Certamente, na Polônia, esse judeu é parte de uma minoria perseguida… felizmente, não estou nessa categoria.»
De acordo com Leslie Leff, autor de «Buried by the Times» («Enterrado pelo NY Times») que denuncia o silêncio de Sulzberger, a falta de empatia e preconceito de Sulzberger em relação aos judeus europeus se deveu à sua ideologia reformista. O sogro de Sulzberger, Isaac Wise, foi o fundador do movimento de reforma judaica nos EUA. Naquela época, o judaísmo reformista promovia a ideia de que os judeus não são uma nação ou um povo, mas simplesmente seguidores de um credo.
Sulzberger era um judeu assimilacionista: para ele os judeus não são um povo, da mesma forma que católicos ou protestantes não são um povo. Em dezembro de 1942, em uma nota para a equipe do New York Times, ele escreveu: «Eu tenho tentado educar as pessoas em meu jornal sobre o assunto da palavra ‘judeus’; que eles não são uma raça ou um povo, etc.» O ex-jornalista do New York Times Ari Goldman, em sua resenha do livro de Leff, escreve: «Não há dúvida de que as opiniões de Sulzberger sobre o judaísmo influenciaram o que ele fez em seu jornal».
Em sua espantosa ingenuidade, que deve ter custado milhões de vidas de judeus, Sulzberger pensou que era ele quem estava escrevendo a história de acordo com seus caprichos «liberais».
QUEM ESCREVEU A HISTÓRIA?
Mas a história estava sendo escrita por Adolf Hitler, י»ש, e para Hitler não havia diferença entre Sulzberger e os pobres judeus da Europa… Hitler sabia muito bem que nós judeus somos um povo.
Repetidamente, essas opiniões de Sulzberger são refletidas nos editoriais do New York Times, nos quais a situação dos judeus não é mencionada, mas deliberadamente ignorada.
Sobre as crianças refugiadas alemãs, quase todas judias, o New York Times generalizou: «[essas crianças] são de qualquer raça e credo».
Sobre o regime de Hitler, o New York Times escreveu: «É a decência e a justiça que estão sendo perseguidas [por Hitler], não uma raça, nem uma nacionalidade, nem uma fé».
Sobre os milhões de refugiados judeus, o New York Times disse: «Eles não têm nada a ver com uma raça ou credo específico. Não é um problema judeu ou gentio».
E notavelmente em um editorial sobre a Revolta do Gueto de Varsóvia em 1943, o New York Times não menciona os judeus!
«Os judeus da Europa», conclui Leff, «não tinham advogado de defesa na redação do New York Times».
Este vídeo denuncia o silêncio cúmplice do NYT e da imprensa internacional nos dias da Shoah
YOM HASHOAH: Como o New York Times ignorou o Holocausto
OUÇA ESTE ÁUDIO EXTRAORDINÁRIO SOBRE O MESMO ASSUNTO (Inglês)
Downplaying the Holocaust — Sulzberger & NY Times TED Talk by Anna Blech .mp3
Salónica y sus sobrevivientes, en números
Hoy es Yom haShoah, el día que recordamos el asesinato de 6.000.000 de judíos en manos de los nazis y sus colaboradores.
Muchos historiadores repiten una y otra vez que si el Estado de Israel hubiese existido antes de 1939, más judíos podrían haber emigrado a la tierra de Israel a tiempo, y el terrible número de víctimas podría haber sido significativamente más bajo.
La historia de una familia judía de Salónica (Grecia), la familia del Rab Jabib, nos servirá de ejemplo. Personalmente, me interesa escribir sobre Salónica en los principios del siglo XX para enfatizar algo que ya es sabido pero que no está de más repetir: nuestros enemigos nunca diferenciaron entre Sefaradim y Ashkenazim, entre el judío más o menos observante, etc. para los antisemitas siempre fuimos un «único» pueblo. Ironicamente, esta quizás sea la única lección positiva que podamos aprender de ellos: vernos como un pueblo unido. O mejor todavia: como miembros de una misma familia.
Veamos ahora lo que ocurrió en Salónica.
SALONICA JUDIA
En 1900 la comunidad judía de Salónica era la congregación Sefaradí más prominente del mundo, contaba con más de 90.000 judíos, que eran más de la mitad de la población total de la ciudad. Los judíos vivían en absoluta libertad y se destacaban en todas las profesiones: abogados, médicos, maestros y especialistas en comercio marítimo. Los estibadores judíos del puerto de Salónica eran famosos en el mundo entero. Y durante Shabbat, el puerto de Salónica, que era uno de los más importantes de Europa, permanecía cerrado, ya que la mayoría de los trabajadores y empresarios portuarios eran judíos.
Había 49 sinagogas en Salónica y un cementerio de 500 años de edad, con medio millón (sic.) de tumbas. La comunidad de Salónica siempre se consideró la comunidad Sefaradí «por excelencia». Desde la época de la expulsión de España en 1492, Salónica fue el destino favorito de decenas de miles de refugiados judíos que escapaban de la Inquisición. La lengua oficial de los judíos de Salonica era el ladino, esto es Judeo-español.
EL RAB JABIB
El rabino Jayim Jabib, nacido en Salónica en 1882, era descendiente de una de las familias más prestigiosas de Rabanim y Dayanim (jueces rabínicos). Aparte de rabino era contador y experto en lenguas europeas. Tenía 4 hijos: 3 hijas y un hijo varón. A los 40 años, en 1920, la comunidad de Salónica le ofreció al Rabino Jabib servir como gran Gran Rabino de la ciudad. El Rabino Jabib era un entusiasta promotor de la emigración a Israel y se preocupó que en todas las escuelas bajo su jurisdicción se aprendiera el hebreo moderno, para así preparar mental y culturalmente a la juventud a emigrar. Antes de 1940 un hijo y una hija del rab Jabib emigraron a la tierra de Israel antes de la Segunda guerra mundial y se establecieron en Tel Aviv.
Durante esos años miles de judíos de Salonica también llegaron a Israel. Algunas de esas familias tienen hoy prominentes empresas, como por ejemplo, la familia de Mordejai Mano, que siguiendo la tradición de sus mayores fueron los pioneros en el transporte marítimo comercial en Israel, y hasta el día son los dueños de Seagull Maritime, etc. O la familia Recanati, también de Salónica, que estableció el famoso banco israelí Israel Discount Bank.
LA MARCHA DE LA MUERTE
Cuando comenzó la Segunda Guerra Mundial la población judía de Salónica era de 56.000 almas. En abril de 1941 Alemania invadió Grecia. El rey de Grecia Jorge II huyó de Atenas, y el país quedó dividido en tres zonas diferentes: Atenas y ciertas islas griegas quedaron bajo el control de Italia; Macedonia oriental estaba bajo el control de Bulgaria. Y Salónica quedó bajo el mando de los nazis. Los alemanes destruyeron las sinagogas, las escuelas judías, las bibliotecas, y el famoso cementerio judío. Pronto, un gueto fue creado para los judíos de Salónica, y los Yehudim se vieron obligados a trasladarse allí. Esto llevó al saqueo generalizado de los hogares y negocios judíos por los nazis y los colaboradores de la población local. Los judíos de Salonica —virtualmente TODA la comunidad— fueron deportados a los campos de concentración, a partir e Marzo de 1943.
El 95 por ciento de los judíos de Salónica, 54.000 judíos, fueron asesinados en Auschwitz-Birkenau, o murieron durante la terrible «Marcha de la muerte» desde enero a mayo de 1945. En esta marcha los nazis obligaban a los prisioneros judíos sobrevivientes de Auschwitz a salir y caminar fuera del campo en temperaturas que llegaban a 20 grados bajo cero para morir allí y así «borrar las evidencias» humanas que pudieran incriminar a los nazis por los horrores de los campos (hoy en día se organiza las famosas «Marchas por la vida” en memoria de estas marchas).
El rabino Jayim Jabib, su esposa y dos de sus hijas murieron en Auschwitz, o en la marcha de la muerte.
Más de un tercio de la comunidad judía de Salónica, al igual que un tercio de la familia del rab Jabib, sobrevivieron en gran parte gracias a que emigraron a Israel, donde viven ahora junto a sus familias y numerosos descendientes.
A veces, para comprender y valorar mucho mejor el significado de Medinat Israel, y estar infinitamente agradecido a HaShem por su milagrosa existencia, necesitamos recordar estos terribles números
¿Cómo y por qué el New York Times ignoró el Holocausto? Parte 1/2
CUANDO LA SANGRE DE TU HERMANO GRITA DESDE LAS CENIZAS
Veamos algunos ejemplos que ilustran la actitud parcial del New York Times al informar sobre las atrocidades que ocurren en Europa.
Un artículo del New York Times del 2 de julio de 1942 informa del asesinato de 700,000 judíos, una quinta parte de toda la población judía de Polonia. El artículo menciona campos de concentración y cámaras de gas. El artículo también dice: “Niños en orfanatos, ancianos en hospicios, enfermos en hospitales y mujeres fueron asesinados en las calles. En muchos lugares, los judíos fueron detenidos y deportados a destinos no revelados o masacrados en bosques cercanos «. El artículo continúa enumerando cuántos judíos habían sido asesinados en cada provincia, y luego dice que «la masacre aún continúa en Lwow «. Sin embargo, el público estadounidense ignoraba en gran medida la magnitud de lo que estaba sucediendo. Y esta es la razón. Estas noticias fueron enterradas deliberadamente en el medio del periódico. Este artículo del 2 de julio de 1942 apareció en la página 6 bajo un pequeño subtítulo reservado para material insignificante.
Otro artículo del 27 de junio de 1942 que describe la misma masacre como «probablemente la mayor masacre en masa de la historia», estaba en la página 5 y ¡ni siquiera llevaba un título independiente! Esta horrible indiferencia a la Shoah no se produjo porque la portada del periódico estaba llena de noticias trascendentales. El día que apareció esta horrible historia enterrada en el New York Times, la portada presentaba artículos sobre zapatillas de tenis y fruta enlatada. Entonces nos preguntamos nuevamente ¿por qué?
ESCUCHE ESTE EXTRAORDINARIO AUDIO
Downplaying the Holocaust — Sulzberger & NY Times TED Talk by Anna Blech .mp3
El papel que jugó el NY Times durante el Holocausto. Parte 2/2
Yo también soy un sobreviviente
Ayer concurrí a la conmemoración de Yom haShoá en Great Neck, NY. Por primera vez en esa ciudad, la unidad de bomberos hizo sonar una sirena a la 1.00 de la tarde y, tal cual como se hace en Israel, todos nos pusimos de pie y permanecimos callados por un interminable minuto. Fue muy emocionante. Luego, se procedió al tradicional encendido de 6 velas. La primera vela la encendieron los niños. La segunda vela la encendieron los representantes de Medinat Israel. Y para la tercera vela, invitaron a todos los sobrevivientes del Holocausto a participar. Yo, instintivamente, me puse de pie. Luego me di cuenta que en mi mente estaba el recuerdo de aquel único judío que vivía en Albania”.
Esa memoria que surgió desde mi subconsciente es parte de una historia que leí del Rab Israel Meir Lau, Shelita, sobreviviente de la Shoá y quien fuera Rab haRashí de Israel hace algunos años atrás. Esto es lo que escribe el Rab Lau
«Aquellos que sufrieron los horrores de los campos no son los únicos sobrevivientes del Holocausto. Este grupo incluye una amplia gama de judíos de todo el mundo. A principios de la década de 1980, Ed Koch (1924-2013) , quien era alcalde de la ciudad de Nueva York, me invitó a su oficina. Koch es un hombre judío cálido, sensible y emocional, un gran amante de Israel y del pueblo judío. En nuestra primera reunión, se presentó a mí diciendo que él también era un sobreviviente del Holocausto. Por cortesía, me abstuve de preguntarle qué sobrevivió exactamente y dónde había estado durante la Segunda Guerra Mundial. Quería darle la oportunidad de contar su historia. Pero me dijo que había nacido en el Bronx, uno de los 5 distritos de la ciudad de Nueva York y que había vivido toda su vida en Nueva York. Pero insistió en que él era un verdadero sobreviviente. Sonriendo, me atreví a preguntar cómo podría ser … y Ed Koch empezó a explicar. ‘Años atrás, viaje a Alemania para un viaje educativo. En una de las paradas, el guía le mostró al grupo el globo terráqueo que había en el escritorio de Hitler. «Me recordó la película de Charlie Chaplin, ‘El gran dictador’. Pero a diferencia de aquel globo en la película «Koch contó,» ese globo grande tenía muchos números escritos en él con marcador negro. Cuando el guía hizo girar el globo, Europa se ennegreció con números. Otros continentes tenían menos marcas negras. El guía explicó que cuando estalló la Segunda Guerra Mundial, Hitler registró la población judía de cada país. Después de todo, eliminar a todos los judíos del mundo representaba el objetivo final de su vida. Albania llevaba el número “1”, porque había un solo judío que vivía allí. Nuestro enemigo decidió que no descansaría mientras ese judío de Albania, totalmente desconocido para él, permaneciera vivo. El territorio de los Estados Unidos llevaba el número de seis millones. [Las estadísticas de la población son un poco inexactas] Eso me incluye a mí «, dijo Ed Koch con una gran ira. «Así que yo también soy un sobreviviente del Holocausto -si los Aliados no hubieran detenido a la bestia nazi, sin duda nos hubieran destruido».
Le estreché la mano y le dije: «Hoy he aprendido una lección importante de ti, y la llevaré conmigo a Israel. Entiendo que no todas las comunidades judías sienten una conexión con el Día del Holocausto. Pero de ahora en adelante, les contaré sobre un judío nacido en Nueva York que vivió toda su vida en una ciudad norteamericana, pero que comprende que él también es un sobreviviente del Holocausto … «.
Del libro «Desde las profundidades» (p 241-242), del Rab Israel Meir Lau