Texto do Viduy em Português

Uma das Mitsvot essenciais de Yom Kippur é o Viduy, um texto que menciona as transgressões que podemos ter cometido, especialmente durante o ano passado. O Viduy nos ajuda a identificar nossos maus hábitos e más ações que podemos ter esquecido, apagado ou suprimido inconscientemente de nossa memória, e nos permite arrepender-nos deles no dia do perdão.
«Viduy», que significa literalmente «confissão» ou «admissão», é a etapa central do processo Teshubá, que consiste em três etapas: 1. identificar nossas transgressões (hakarat hajet), 2. articulá-las e confessá-las (viduy), e 3. a decisão de desistir de nossas más ações e hábitos negativos (‘azibat hachet).

Embora digamos o Viduy em voz baixa, por nós mesmos, não devemos ler o Viduy mentalmente, mas temos que pronunciar cada palavra, articulando o que lemos. Por quê? Porque somente quando verbalizamos nossas transgressões (como uma forma de catarse) é que realmente admitimos nossa culpa e então HaShem aceita nosso arrependimento e nos perdoa.
Dizemos o Viduy no plural, também confessando transgressões que talvez não tenhamos cometido. Isso nos ensina que nossa responsabilidade moral vai além de nossa responsabilidade pessoal. Pensemos, por exemplo, em uma pessoa sobre a qual exercemos alguma influência: uma criança, um parente, um amigo etc. Quando esse indivíduo age errado, devemos avisá-lo sobre o que ele está fazendo de errado. E se não o fizermos, somos parcialmente responsáveis por essa ação errada. E estendendo um pouco mais essa ideia, o povo judeu se considera uma grande família na qual todos devemos nos sentir responsáveis uns pelos outros.
O texto original do Viduy de Yom Kippur está escrito em hebraico e é apresentado em ordem alfabética. Vale esclarecer que se lermos a versão hebraica do Viduy e não entendermos o que estamos dizendo, então a admissão, confissão, arrependimento e contrição NÃO ocorreram! É por isso que, ao contrário de outras orações, é imperativo entender as palavras do Viduy. Portanto, não é apenas permitido, mas necessário ler o Viduy em um idioma que se entenda.
Existem excelentes traduções do Viduy em muitos Machzorim de Yom Kippur modernos. Aqui apresento uma versão do Viduy que preparei com base no texto que nós sefarditas recitamos na Selichot.
A tradução NÃO é literal e deliberadamente estendi o significado do texto original tentando expressar neste Viduy alguns conceitos que considero relevantes para os nossos dias. A ideia é que ao compreender as palavras do Viduy identifiquemos nossas faltas e nosso arrependimento sincero seja facilitado.
Esta versão não pretende substituir outros textos do Viduy, mas sim complementá-los. Eu recomendo imprimir este Viduy, tê-lo ao lado do Machzor e recitá-lo em algum momento no Yom Kippur.

(Obter AQUI a versão deste Viduy em PDF)

ANA HASHEM ELOKENU…
Por favor, Oh, HaShem nosso Deus e Deus de nossos pais, que nossa oração chegue a Ti! Por favor, nosso Rei, não ignore nosso apelo! Porque não somos tão insolentes ou tão tolos para dizer [falsamente] diante de Ti: «HaShem, nosso Deus e Deus de nossos antepassados, somos justos e não pecamos». [Vimos diante de Ti reconhecendo] que cometemos transgressões, iniquidades e pecados, tanto nós como nossos antepassados e membros de nossa família,
CHATATI HODI’ACHA
«Meu pecado eu reconheço diante de Ti, [HaShem], eu não nego minhas transgressões, eu disse a mim mesmo: ‘Eu confessarei meus pecados a HaShem’ e espero que assim Tu perdoes minhas faltas.»
(Agora começamos a ler uma longa lista de transgressões que podemos ter cometido)
ASHAMNU: Nós pecamos conscientemente; plenamente consciente de que estávamos fazendo algo errado.
ACHALNU MAACHALOT ASSUROT: Comemos comida proibida.
BAGADNU: Nós traímos nosso pacto com você. Você confiou em nós e nos confiou Sua Torá, mas não cumprimos o que prometemos no Monte Sinai: guardar Sua Torá e observar plenamente Seus mandamentos.
BITALNU TALMUD TORATECHA: Perdemos nosso tempo com vaidades, frivolidades e assuntos triviais, ao invés de nos dedicarmos a estudar e aprofundar as palavras de Tua Torá, que nos aproximam de Ti.
GAZALNU: Nós roubamos. Pegamos, usamos ou gastamos o que não nos pertence.
GANAVNU: Nós roubamos bens materiais. Já roubamos muitas pessoas, de maneiras diferentes. Roubamos o tempo de nossos empregadores e não fizemos nosso trabalho honestamente.
GAINU: Temos sido arrogantes. Temos agido de maneira altiva com nossos amigos, familiares e colegas.
DIBBARNU DOFI VELESHON HARA’: Nós espalhamos fofocas e comentários destrutivos sobre outras pessoas. Ouvimos e repetimos críticas de outros indivíduos, e nem nos importamos se essas críticas e são verdadeiras ou falsas. Multiplicamos rumores negativos sobre os outros. Palavras que, se ditas sobre nós, nos fariam sentir envergonhados e magoados.
DIBBARNU ECHAD BAPE VEECHAD BALEV: Nós éramos cínicos e hipócritas. Dissemos algo com a boca, enquanto sentíamos outra coisa em nossos corações.
HE’EVINU: Praticamos corrupção, injustiça e maldade.
HIRHARNU HIRHURIM RA’IM BAYOM…: Temos deliberadamente perseguido pensamentos promíscuos durante o dia, causando impureza durante a noite.
VEHIRSHA’NU: Nós agimos perversamente e fizemos com que outros imitassem nosso mau comportamento.
VIADNU ATSMENU LIDBAR AVERA: Visitamos lugares impróprios. Nós nos encontramos com amigos ou conhecidos para fins indecentes.
ZADNU: Nós pecamos deliberadamente. Não com inocência, mas com plena consciência.
ZANINU ACHAR LIBENU …: Deixamo-nos levar pelos nossos olhos e pelos nossos impulsos de praticar a promiscuidade.
CHAMASNU: Nós exploramos outras pessoas. Abusamos de nossos funcionários, devedores ou credores. Pegamos o que não nos pertence.
CHAMADNU: Temos inveja dos outros. Não sabíamos como nos sentir felizes, satisfeitos e agradecidos com tudo o que You HaShem nos deu.
TAFALNU SHEQER UMIRMA: Nós mentimos deliberadamente. Inventamos histórias enganosas para encobrir nossas mentiras anteriores. Enganamos nossos amigos e colegas e mentimos para nossos clientes para ganhar dinheiro desonestamente.
YA’ATSNU ‘ETSOT RA’OT…: Demos inúmeros maus conselhos. Aconselhamos os outros a fazer o que é bom para nós, em vez de aconselhá-los a fazer o que é bom para eles. Traímos a confiança daqueles que confiaram em nós ao buscar nossos conselhos. Sacrificamos nossa integridade para ganho pessoal.
KIZAVNU: Contamos mentiras. Mentimos para nossos amigos e membros de nossa família.
KA’ASNU: Perdemos a paciência e reagimos com raiva e raiva. Saber que a ira é um pecado que se compara à idolatria, por sua irracionalidade e destrutividade. Temos agido sem paciência com nossos filhos, com nosso cônjuge, nos zangando injustamente com eles.
LATSNU: Agimos com frivolidade, sem pensar nas consequências do que fizemos ou dissemos. Perdemos a consciência de nossa mortalidade e da brevidade de nossas vidas, desperdiçando nosso tempo com vaidades, sem levar em conta a irrecuperabilidade do tempo perdido.
LOTSATSNU: Nós tiramos sarro de outras pessoas. Nós abusamos dos mais fracos. Constrangemos amigos e parentes, em particular ou em público. Chamamos outras pessoas de apelidos constrangedores (bullying).
MARADNU: Nós agimos de forma rebelde em relação a você. E sabendo claramente o que você considera errado, nós o fizemos mesmo assim… Agimos com arrogância e vaidade.
MARINU DEBAREJA: Desobedecemos Suas palavras. Não tínhamos a vontade ou o desejo de estudar, aprender e compreender o que Tu nos ordenaste.
NI’ATSNU: Desrespeitamos você, repetindo deliberadamente aquelas transgressões pelas quais nos arrependemos, pedimos seu perdão e resolvemos não repeti-las novamente.
NIAFNU: Nós agimos com deslealdade para com nosso marido ou esposa. Temos nos comportado de forma inadequada com outros homens ou mulheres casados.
NISHBA’NU LASHAV VELASHEQER: Juramos em vão e falsamente.
NADARNU VEIL SHILAMNU: Nós prometemos e não cumprimos nossas promessas. Não mantivemos nossa palavra honrosamente. Prometemos colaborar com obras do bem ou Tsedaqá e não cumprimos.
SARARNU: Nós nos desviamos do Seu caminho, do caminho da retidão e honestidade.
SORERIN UMORIM HAYNU: Temos sido desrespeitosos com nossos mais velhos, com os mais velhos, com nossos professores, com os estudiosos da Torá.
‘AVINU: Praticamos injustiça. Temos sido insensíveis ao sofrimento dos outros. Não prestamos atenção às necessidades dos pobres. Não temos sido sensíveis a órfãos ou viúvas.
‘AVARNU AL MITSVOT ASE… Falhamos em cumprir Seus mandamentos. Nós transgredimos Suas proibições. Violamos os mandamentos que merecem a pena capital celestial (Karet).
‘ABARNU AL CHILUL HASHEM: Nós profanamos Seu nome. Usamos nossa identidade religiosa para ganhar a confiança daqueles a quem acabamos enganando. Deturpamos Teu Povo Israel e Tua Lei. Nosso mau comportamento, nossas más ações e nossa desonestidade fizeram com que outros, judeus ou gentios, julgassem negativamente Tua Lei, e assim Teu Nome foi profanado.
PASHA’NU: Nós pecamos intencionalmente, rebeldemente, abertamente e descaradamente desafiando Tua palavra, Teus mandamentos e Tua vontade.
PAGAMNU BE-OT BERIT QODESH: Profanamos o sinal de nossa aliança, o Berit Milah, com comportamento sexual inapropriado e promíscuo.
TSARARNU: Nós oprimimos a outros seres humanos, judeus e gentios. Temos maltratado nossos funcionários e aqueles que trabalham conosco ou para nós. Humilhamos e magoamos aqueles que merecem nossa paciência, respeito e bondade.
TSI’ARNU AB VAEM: Causamos sofrimento aos nossos pais ao desobedecê-los ou desrespeitá-los. Não os honramos o suficiente, sabendo que a Torá exige que cuidemos deles e os atendamos quando precisarem de nós, como está escrito no quinto dos Dez Mandamentos.
QISHINU ‘OREF: Temos sido teimosos. Agimos com arrogância e vaidade. Não conseguimos nos desculpar com nossos amigos e familiares por ofendê-los ou machucá-los. Temos sido teimosos e tolos, incapazes de mudar nossa opinião ou opinião, mesmo quando percebemos que estávamos errados.
QILQALNU TSINOROT HASHEFA’… : Nós nos privamos de receber Suas bênçãos, destruindo com nossas más ações, com nossa inveja e nosso ressentimento, os canais de bênção através dos quais Você nos concede Sua abundância. Escolhemos reclamar de tudo o que nos falta, em vez de agradecer por tudo o que você nos deu.
RASHA’NU: Nós agimos perversamente. Através de nossas más ações, causamos dor a nossos amigos, filhos, familiares e entes queridos.
RA’IM LASHAMAYIM… Nós agimos de forma errada com você e com nossos companheiros. Agimos de acordo com nosso julgamento limitado, ignorando deliberadamente Seu julgamento infinito.
SHICATNU: Praticamos corrupção. Traímos e mentimos tantas vezes que trapacear e mentir já se tornaram parte de nossa personalidade.
SHIQARNU: Nós falamos falsamente e enganosamente.
SHICHATNU ZERA QODESH…: Nós desperdiçamos e destruímos nossa semente sagrada. Não mantivemos nossos olhos puros e longe da promiscuidade. Temos procurado deliberadamente nos expor a imagens inadequadas, fazendo com que as sementes da vida sejam desperdiçadas e destruídas.
TI’AVNU: Cometemos abominações. Praticamos o que Você abomina e o que Você nos exortou a rejeitar: injustiça, opressão e engano.
TA’INU VETI’ATANU: Nós tomamos os caminhos errados. Nós arrastamos outras pessoas para se juntarem a nós nesses maus caminhos. Influenciamos os outros, direta ou indiretamente, levando-os a cometer os mesmos pecados que cometemos, para que nos sintamos menos desconfortáveis. Demos um mau exemplo para nossos filhos e filhas, que observam e imitam o que fazemos. Não ensinamos nossos filhos — essas almas puras que Tu confiaste em nossas mãos — a praticar o bem e evitar fazer tudo o que é errado aos Teus olhos.
VESARNU: Nós nos desviamos de Seus mandamentos e Seus preceitos. E que bem isso nos fez? E agora nos apresentamos humildemente diante de Ti, Tu que és justo e reto em Teu julgamento e em Teu veredicto. E reconhecemos que tudo de ruim que nos cerca é fruto de nossa própria responsabilidade. Você nos ensinou a buscar a verdade, a justiça e o bem, e nós causamos nosso próprio mal.




Perdonar a quien no me pide perdón

Antes de que Yom Kippur comience, debemos pedir perdón a quien sea que hayamos ofendido, insultado, lastimado, avergonzado, etc. Nuestros Sabios explicaron que las ofensas que hemos cometido contra otras personas NO son perdonadas en Yom Kippur a menos que nos disculpemos primero con aquellos a quienes hemos ofendido. Tenemos que ser especialmente conscientes de pedir perdón a nuestros padres, a quienes debemos respeto y honor ilimitados.

También es muy importante perdonar. Perdonar a familiares, amigos, seres queridos y colegas. Cuando alguien se disculpa por habernos ofendido, debemos estar dispuestos a perdonar y olvidar. Después de todo, en Yom Kipur le pedimos a Dios que nos perdone y olvide nuestras acciones equivocadas. Perdonar a los demás, sin duda, nos hará más merecedores del perdón divino.

Ahora bien, ¿qué sucede cuando alguien me ofendió o me hizo daño pero él o ella no me llama para pedir perdón? ¿Puedo perdonar a otros sin que me lo pidan o debo esperar hasta que me pidan perdón?

Hay una diferencia fundamental entre disculparse y perdonar. El acto de perdonar podría hacerse unilateralmente. Obviamente, es más satisfactorio y legítimo recibir una disculpa de quien me ofendió. Pero todos sabemos que pedir perdón no es fácil. Se necesita mucha humildad y coraje al mismo tiempo … La mayoría de las personas son demasiado tímidas o tienen demasiadas barreras psicológicas, como el orgullo o la baja autoestima, lo que les impide hacerse responsables de sus errores y verbalizar su disculpa….

Sin embargo, hay algo que podemos hacer al respecto.

Podemos y debemos perdonar aunque no hayamos recibido una disculpa.

El resentimiento es un veneno que afecta a la víctima, no al ofensor.

Por nuestro propio bien, necesitamos liberarnos del resentimiento, el odio y los sentimientos de amargura que podemos albergar en nuestros corazones. Algunas veces quedamos atrapados en el resentimiento, y el odio se “apodera” de nuestro sistema emocional y nos causa un gran daño. Cuando estamos obsesionados con «hacer que alguien pague» por sus ofensas, le otorgamos a quien nos ha hecho daño el enorme poder de seguir haciéndonos daño desde adentro, cediéndole el control de nuestras mentes y nuestros corazón.

Nuestros Sabios nos enseñaron los grandes beneficios del perdonar y llevar algunos asuntos «unilateralmente» a un cierre emocional.

En Masejet Meguila 28a, los estudiantes del muy anciano Ribbi Nehunya ben haQana le preguntaron a su maestro cómo hizo para merecer una vida tan larga. Ribbi Nehunya respondió que nunca se había ido a dormir antes de perdonar en su corazón a cualquiera que lo hubiera perjudicado ese día. «Nunca llevé a mi cama las ofensas de mi vecino». Y Mor Zutra explicó sus palabras: todas las noches, a la hora de acostarse, Ribbi Nehunya declaraba en su corazón :»Perdono a todos aquellos que me han ofendido».

En otras palabras, todas las noches antes de irse a dormir, Ribbi Nehunya practicaba el perdón unilateral. Perdonaba a quienes lo ofendieron por iniciativa propia aunque sus ofensores no venían a disculparse. Esta exoneración proactiva, entre otras cosas, liberaba al Rabino Nehunya de los efectos destructivos del odio y el resentimiento, y como vemos, tuvo un tremendo impacto positivo en la duración (y probablemente también en la calidad) de su vida.

Hay una hermosa Tefila (= plegaria), que está inspirada en el ejemplo del rabino Nehunya ben haQana, que se encuentra en todos los Siddurim (= libros de oración) en la sección de Qeriyat Shema ‘al hamita, el Shema Israel que decimos cuando nos vamos a dormir.

El siguiente es un breve resumen de esa oración: Ribbono shel ‘olam …

«¡Amo del Universo! Declaro en mi corazón que perdono a todos aquellos que me han perjudicado u ofendido. Ya sea que hayan causado algún daño contra mi nombre o contra mi honor, o física o emocionalmente. Ya sea que estas ofensas contra mí se hayan cometido inadvertidamente o deliberadamente, negligentemente o con premeditación, con palabras o con acciones físicas … Declaro que perdono a todo  Yehudí y te pido, HaShem, que nadie sea castigado por mi culpa «.




¿Cuál es la mejor forma de hacer las Kapparot?

En muchas comunidades judías, existe la costumbre (Minhag) de hacer Kapparot en la víspera de Yom Kipur, ¿cuál es la mejor manera de hacer las Kapparot, con un pollo o con dinero que luego será dado para Tsedaqa (caridad?)

En primer lugar, hay que aclarar que no hay una mitsva en la Tora que indique la obligación de realizar las Kapparot o cualquier tipo de sacrificio animal en la víspera de Yom Kipur. En nuestros días, como Maimónides explica “en sham ela teshuba “no existe nada fuera de la Teshubá para expiar por nuestros pecados”.  La Teshubá es un proceso de introspección mental, emocional y verbal muy serio que consiste en la admisión y la confesión de nuestros errores y nuestros malos hábitos, que en última instancia nos deben conducir a un cambio positivo en nuestro comportamiento.

Las Kapparot comenzaron como una práctica que fue iniciada por el pueblo —no por los Rabinos— en el tiempo de los Gueonim (años 800-1000). La Kappará se hace con un animal vivo, lo cual debe inspirar un sentimiento de Teshubá. ¿Cómo? Al ver la Shejitá (el sacrificio) de la gallina, debemos asumir la extrema fragilidad de la vida y  concientizarnos en la importancia de hacer Teshubá, reflexionando sobre nuestra propia mortalidad. Esta es, por cierto, la explicación frecuente para el efecto que los qorbanot,  sacrificios rituales, en los tiempos del Bet haMiqdash tenía sobre la conciencia del pecador.

Sin embargo, poco después de que la costumbre de Kapparot se hizo más popular, algunos rabinos muy prominentes como el Rambán (Najmánides) elevaron sus voces en contra de esta práctica. El Rabino más importante de aquella época, Marán Rabbí Yosef Caro (1488-1575) el autor del Shuljan Aruj, el Código de la Ley oficial de todos los judíos, desaprobó la práctica de Kapparot en la víspera de Yom Kippur de forma explícita y usando palabras muy duras. En la primera edición de la ‘Aruj Shulján (Venecia 1565) está escrito en el título del Siman 605, donde el rabino Yosef Caro desaprueba la costumbre de las Kapparot מנהג כפרות בערב יום כפור מנהג של שטות הוא. «La costumbre de Kapparot en la víspera de Yom Kippur es una costumbre tonta» (eufemismo por “superstición”)“.  Increíblemente, en las ediciones posteriores los editores borraron esta  última línea. (Véase la edición original del Shulján ‘Aruj con esta cita aquí, ver también en este texto que el Rab Rama (Mura»m), que registra la costumbre Ashkenazí, sí recomienda hacer las Kapparot con un pollo o una gallina. Pero menciona también la alternativa de Tsedaqá y el problema de los Qorbanot).  

Pero, ¿por qué la oposición de tan grades rabinos a las Kapparot con animales?

En primer lugar, como Najmánides dice: mishum darke haemori «porque es similar a la práctica de los adoradores de ídolos». Incluso hoy en día, muchos cultos como Macumba, Vudu, etc. utilizan un pequeño pollo como sacrificio a sus ídolos (haga Google por ejemplo con la palabra «Eshu» o “Eleggua”, grandes ídolos guerreros de la santería,  a quienes sus seguidores “adoran” sacrificando a ellos un pequeño pollo).

En segundo lugar, el hecho de que la realización de la Kappará es similar a la realización de los qorbanot o sacrificios , hizo que muchos rabinos estuvieran muy preocupados, porque el sacrificio de un animal “como sacrificio” afuera del Bet haMiqdash pudiera ser considerado una grave transgresión (haqrabat jutz), una prohibición bíblica que conlleva el Karet. Por esta razón, muchos rabinos incluso prohibieron el consumo de un pollo que fue sacrificado de esta forma, o con la intención de un Qorbán (El Rishbá, aunque también se oponía a las Kapparot con pollo, permitía comer esos animales –que por lo general se ofrecía como caridad  a los pobres, ya que el pollo no es uno de los animales que se ofrecían como sacrificio en el Bet haMiqdash).

En tercer lugar, como son muchas las personas que quieren hacer Kapparot en la víspera de Yom Kipur (esto suele suceder especialmente en Israel y en New York y otras ciudades con importante población judía), la Shejitá podría no hacerse con el debido cuidado y atención en términos de la revisación de los cuchillos y otros detalles rituales. Este fue el punto principal mencionado por el rabino Obadia Yosef z’’l y por lo cual recomendó hacer las Kapparot con Tsedaqá en lugar de pollos (ver este artículo ). 

Hay otro problema relacionado con este punto, alta demanda de Kapparot, que debe ser tenido en cuenta. Debido a la gran demanda y el corto tiempo para sacrificar tantos animales en la víspera de Yom Kippur, a menudo los animales son maltratados en el proceso, y a veces son dejados durante horas o incluso días en jaulas sin comida ni agua. Esta es una transgresión grave y explícita de un mandamiento de la Torá que nos indica tratar a los animales con compasión y evitar el sufrimiento innecesario de los seres vivos (tsa’ar ba’ale jayim). Uno de los Rabinos principales de Israel, el Rab Rashi Ashkenazi de Israel, el rabino David Lau, abordó esta cuestión hace un par de años  (ver aquí).

Por último, la mayoría de las personas que hacen la Kappará no consumen ese pollo, y a aveces ni siquiera se lo entrega a un individuo pobre para su consumo , como menciona Ramá que solía hacerse en el pasado (porque muchos piensan que los pecados se transfieren al animal, lo cual, insistimos, no es un concepto judío). En ese caso, cuando se mata a un animal innecesariamente (=cuando no es para comer) se está transgrediendo otra  prohibición bíblica llamada bal tashjit,  el sacrificio innecesario la vida de un ser vivo.

En conclusión, la mejor forma de hacer las Kapparot y evitar todos estos problemas es la Tsedaqá (= entregar dinero o comida preparada para los necesitados). Cuando hacemos las Kapparot de esta manera 1. evitamos todos los problemas mencionados anteriormente, y, 2. antes de que comience Yom Kippur, nos adjudicamos el cumplimiento del mandamiento bíblico de Tsedaqá, que es un mitsva sin perjuicios colaterales. Por el contrario, Tsedaqá (caridad, ayuda a los necesitados) fue considerada por nuestros Sabios como el precepto activo (Mitsvat Asé) más importante de la Torá. Así escribe Maimónides: «Hay que ocuparse de la Mitsva de Tsedaqá más que de cualquier otro mandamiento positivo» (MT, Matanot’ aniyim 10: 1 ). Dar Tsedaqá trae una gran zejut (mérito) al que ayuda justo antes de Yom Kippur, y un alivio, que puede ser muy necesario, para el destinatario: וצדקה תציל ממות

Ver este video donde rabino Shelomo Aviner, Rosh Yeshibat Ateret Cohanim, explica las formas de hacer kaparot y menciona, entre otras cosas, que el rabino Kaddouri z «l, y el rabino Shlomo Zalman Auerbach z» l hacían kaparot con Tsedaqa en lugar de pollo.




La Parashá de la semana y el discurso de Yair Lapid en las Naciones Unidas

Sionismo= El retorno del pueblo judío a la tierra de Israel.

SIONISMO Y SHOAH

Hay dos formas de entender el Sionismo. Comencemos por la segunda. El «Sionismo» de Teodoro Hertzl fue inspirado por lo eventos antisemitas que desencadenaron en la falsa acusación del capitán Alfred Dreyfus en 1894. Para Hertzl y muchos otros, los judíos debemos tener un estado para protegernos del antisemitismo. Ya que por más que un judío se asimile y sea un patriota en su país de residencia, nunca será aceptado como un ciudadano normal. Y siempre será sospechoso de doble lealtad. Para el común de los gentiles, el judío también arrastra con la culpa de pertenecer al pueblo deicida. Nunca estarán en paz hasta que tengan su propio país. Esta vision no esta equivocada. Hertzl no solamente entendió lo que ocurría en sus dias sino que anticipá la Shoa.  Si los judios del mundo hubieran seguido al pie de la letra las palabras de Hertzl, no hubiéramos perdido 6 millones de almas.

SIONISMO = TESHUBA

La primera forma de ver al Sionismo la encontramos en la Parashá de esta semana. En el capítulo 30 del libro de Debarim (Deut.), la Torá anticipa que el pueblo judío será exiliado y perseguido si no cumple su parte del pacto con HaShem. Luego la Torá describe un proceso de reconciliación entre HaShem y Su pueblo, que la Torá describe más de 8 veces con la raíz de la palabra Teshubá (ושבת, שב, שבותך, etc.) y  culmina con el regreso del pueblo elegido a la tierra de Israel. Este proceso es increíblemente compatible con lo que estamos viendo y viviendo en nuestros días, luego de 1948. Muchos pueblos fueron exiliados de su tierra y desaparecieron o se asimilaron a sus conquistadores. Pero a diferencia de TODOS los demás pueblos la Torá nos aseguró que los judíos NO vamos a desaparecer en el exilio, seguiremos siendo «el pueblo de Israel» y viviremos como «extranjeros entre otros pueblos». ¿El precio de no integrarse? no seremos bienvenidos por nuestros anfitriones. Esta antipatía universal, a su vez, nos protegerá de la tentación de asimilarnos… La Torá también anticipa que, a diferencia de otros pueblos exiliados, que por lo general se restablecieron fuera de su tierra en un solo lugar (piensen en los antiguos fenicios que luego de ser expulsados del Líbano, se fueron a vivir a Cartago en el norte de África) el pueblo judío se esparcirá por todos los confines de la tierra…

SIONISMO = RECONCILIACION

Y finalmente, en el capítulo 30 de Debarim, llega el momento de la reconciliación, también conocido como Teshubá o con el término más moderno: sionismo.  Veamos.

Primero la Torá menciona que el pueblo judío despertará de su letargo y apatía: Debarim Capitulo 30: 1 «Y luego de que todas estas cosas [malas] te sucedan (= el exilio, las persecuciones, el sufrimiento) … reflexionarás en tu corazón… 30: 2 «Y regresarás a HaShem tu Dios y obedecerás Su voz… tú y tus hijos, con todo tu corazón y con toda tu alma.»

HaShem, entonces, hará Su parte para que regresemos a casa …

30:3 «Y HaShem vuestro Dios te traerá de regreso desde el cautiverio (= exilio)… y te hará volver de entre todos los pueblos donde HaShem tu Dios te haya dispersado.» 30:4 «y aunque los refugiados de tu pueblo se encuentren más allá del horizonte, desde allí te recogerá HaShem tu D-s y desde allí te llevará de regreso [a tu tierra].» 30:5 «HaShem tu Dios te llevará a la tierra que heredaron tus padres, para [que vuelvas a] tomar posesión de ella, y te hará más próspero y más numeroso que tus antepasados.»

El proceso del regreso a la tierra de Israel desde todos los confines del planeta (desde Rusia a Sudáfrica, desde Norteamérica hasta Sudamérica, desde Suecia hasta Australia…) está ocurriendo en nuestros días. ESTÁ CLARISIMO PARA TODO EL MUNDO (especialmente para los no judíos). La tierra ya está allí. DIOS ES EL ANFITRION, que nos espera con los brazos abiertos. Más y más judíos regresan a la tierra que HaShem le concedió a nuestros padres. Israel es un país próspero y moderno, y el número de Yehudim que allí viven, nunca fue tan alto. Sin duda todavía queda mucho por hacer en cuanto a mejorar nuestra reconciliación personal y colectiva con HaShem. Pero este proceso de TESHUBÁ ha comenzado y sigue siendo cada vez más sólido.

POLÍTICA SIN CABEZA

La pregunta del millón es: ¿Por qué el primer ministro de Israel, que debe ser el ciudadano judío NÚMERO 1 del mundo, no menciona la Torá cuando trata de explicarle al mundo nuestro derecho de vivir en Israel? Creo que por lo menos 2/3 de las Naciones allí representadas   se identifican «oficialmente» con la Biblia, y les sería muy difícil negar que el Sionismo moderno es la milagrosa realización de la profecía bíblica más antigua.  E incluso desde un punto de vista estratégico, es totalmente irracional presentar a Israel como el lugar de refugio de los judíos: primero, porque si todo lo que necesitamos es un país donde residir , esto podría ser en cualquier lugar del mundo como Uganda o Entre Rios, no necesariamente «Israel». Segundo, porque sin la fundamentación bíblica, sin los argumentos religiosos, Sionismo puede ser visto como racismo o incluso como colonialismo. Si la Biblia no tiene razón, ¿por qué los judíos tenemos más derechos que los árabes a la tierra de israel?

Es muy amargo, o TRAGICO diría yo, que nuestros líderes, o aquellos que escriben sus discursos, no tengan un poco más de conocimientos judíos. O no los quieren usar…

De cualquier manera –a veces gracias a nuestros líderes, y a veces a pesar de ellos– Israel, milagrosamente sigue creciendo, floreciendo y absorbiendo a sus hijos en su bendito suelo.

Quiera HASHEM que en este año que pronto se inicia sigamos viendo y viviendo el milagro de la TESHUBA, el retorno de Israel a su tierra y a su Dios.




Nosotros y Las Ovejas

זוכרנו לחיים מלך חפץ בחיים
כתבנו בספר חיים
Rosh haShana es el día del juicio. Este día Dios examina nuestra acciones y decide qué destino merecemos el próximo año,  en función de los que hemos hecho este año que pasó.
Hay un ejemplo muy hermoso que nuestros rabinos mencionaron en la Mishná y que ilustra brillantemente esta profunda idea. En Rosh haShaná כל באי עולם עוברין לפניו כבני מרום Todos los seres humanos pasan delante del Todopoderoso como el rebaño de ovejas [pasa delante del pastor]» . Una vez por año el pastor reúne a todas sus ovejas en el corral para examinar cuidadosamente a cada una de ellas. El experto pastor sólo necesita unos pocos segundos para evaluar a cada oveja. Primero observa al animal y luego lo palpa para verificar la calidad de su lana. El pastor también examina con su mano el cuerpo de la oveja, para ver si el animal está en buenas condiciones. Luego de esa breve inspección, toma su pincel y marca a cada oveja con un color diferente.  Si la lana de la oveja es de buena calidad, el pastor pintará la espalda de la oveja con una marca, digamos, amarilla. Lo que significa que esta oveja irá para el esquile. Cuando el pastor ve que la oveja, aparte de tener buena lana, también está sana y fuerte, la pintará con una marca de color azul, lo que significa que este animal será destinado para la reproducción. Ahora bien, si la lana de la oveja no es de buena calidad, y la oveja no está lo suficientemente fuerte, el pastor pintará el cuerpo de la oveja con una marca roja, lo que indica que esta oveja será sacrificada y su carne será usada para la alimentación.  Así, en unos breves segundos el pastor determina el destino de cada animal para el próximo año.
Nuestros rabinos utilizaron esta hermosa metáfora para explicar cómo los seres humanos somos juzgados por el Creador en Rosh HaShaná, «el día del juicio». El Todopoderoso examina cuidadosamente a cada uno de nosotros. HaShem observa lo que hicimos y no hicimos durante el año anterior, si hemos crecido, aprendido, mejorado o si hemos perdido nuestro tiempo, o empeorado, y así determina nuestro destino, marcándonos para el éxito, para la buena salud, para la vida o jas veshalom para nada de eso….
2 observaciones muy importantes.
1. ¿Cómo sabemos de qué color es la marca que el Creador estampó en nuestras espaldas? Al igual que las ovejas, que se pasean por el corral sin saber de qué color es la marca que llevan en sus espaldas, los seres humanos no podemos saber con seguridad con qué color hemos sido marcados en Rosh HaShaná.  Y aún cuando estimemos que hemos hecho muchas cosas buenas durante el año que pasó,  no podemos estar seguros si lo que hemos hecho es suficiente a los ojos de HaShem.  Él conoce nuestro potencial mejor que nosotros mismos, y quizás espera mucho más de nosotros.  Por lo tanto, como no podemos saber con certeza cuál es el color con el que hemos sido marcados, TODOS debemos asumir que llevamos una marca roja en nuestras espaldas….
2. Sin embargo, a diferencia de las ovejas, a pesar de que nuestro destino se marca en Rosh haShaná, todavía está pendiente. El veredicto puede ser apelado antes de Yom kippur!  La magia de la Teshubá, el arrepentimiento, consiste en que HaShem nos concede la oportunidad de apelar Su propio veredicto. Tenemos tiempo desde Rosh haShaná hasta Yom Kippur para arrepentirnos, admitir nuestras faltas, pedir perdón y «convencer al Pastor» que, aunque durante el año que pasó no hayamos brillado, el próximo año no lo vamos a desaprovechar. No lo vamos a defraudar. En Yom Kippur, dedicamos todo el día a este tema: apelar la posible sentencia capital. Pedimos perdón, resolvemos mejorar y en última instancia, asumiendo que quizás nada de eso puede alcanzar, apelamos a la compasión de HaShem para que nos conceda «Jayim» , «vida»: una nueva oportunidad para demostrarle que merecemos nuestra existencia.



2. Cambiar los hábitos

 

El nivel más alto de Teshubá (arrepentimiento) es cuando uno se arrepiente del error que cometió, de inmediato, antes de repetirlo y evitar así que ese comportamiento incorrecto se convierta en un hábito. Ya que cuando un individuo no se arrepiente inmediatamente de su error y repite su conducta equivocada, se posiciona en un desafío diferente, que el rabino Abohab llama el segundo nivel de Teshubá: cambiar los malos hábitos. ¿Cómo se forman los hábitos? El ser humano «es un animal de costumbres», y cuando alguien persiste en un determinado comportamiento, esta actitud se normaliza, por más equivocada que sea, y se forma un hábito. Una vez instalados en el cerebro, los hábitos son difíciles de cambiar. Nos acostumbramos a hacer algo mal hasta el punto de que ya dejamos de evaluarlo. Y cuando un comportamiento se convierte en un hábito y queremos modificarlo, ya no se trata de cambiar lo que hacemos, sino de cambiar lo que somos.

La primera vez que digo una mala palabra o una vulgaridad, debería notarlo, darme cuenta de inmediato, arrepentirme (pedir disculpas si use este lenguaje hacia otra persona) y tomar la decisión de no volver a cometer el mismo error. Pero cuando esto no sucede, cuando ignoro la primera alerta de mi conciencia moral (¡que es la más importante!) y reitero una y otra vez las mismas vulgaridades, me estoy acostumbrando a un nuevo vocabulario, poco a poco lo voy tolerando más y más, al punto que ya no me doy cuenta que está mal. Y en algun momento sucede la transformación fatal, la acción se transforma en parte de mi. Y de ser «una persona que dice» malas palabras paso a «ser un maleducado».

Los psicólogos explican que los hábitos, tanto los buenos como los malos, se forman cuando nuestro cerebro aprende algo nuevo y, a fuerza de la repetición, el cerebro se siente «cómodo» con ello y deja de evaluar o juzgar el nuevo comportamiento. Esto nos pasa en muchos ámbitos de nuestra vida diaria: comer o beber en exceso, fumar, etc. y también en cuestiones más subliminales que afectan nuestra espiritualidad y moralidad. «El hombre es un animal de costumbres», dijo el famoso escritor inglés Charles Dickens. Cuando un valor inmoral se convierte en rutina, la conciencia ya no se despierta por sí misma. Se adormece y requiere un estímulo externo para despertarse .

En el calendario hebreo, el mes de Elul es precisamente cuando nos dedicamos a este tipo de arrepentimiento profundo, es decir, a evaluar no solamente nuestras acciones equivocadas sino también nuestros malos hábitos diarios, que se han «normalizado» porque no hicimos Teshubá a tiempo, es decir, cuando nos equivocamos por primera vez . Observar los malos hábitos propios no es tarea fácil. Porque no alcanza con mirarse al espejo. Tengo que ser capaz de mirarme a mí mismo como me ven los demás, desde afuera, o como dicen los psicólogos, «desde el balcón», para poder identificar los malos hábitos que ya son parte de mi personalidad y poner todo mi esfuerzo para mejorarlos.




Los 100 Sonidos Del Shofar

יוֹם תְּרוּעָה יִהְיֶה לָכֶם
¿COMO SE PREPARA UN SHOFAR?
La Mitsvá más importante de Rosh HaShaná es escuchar el Shofar. El Shofar es un cuerno de animal que ha sido modificado a) removiendo el relleno de la funda cornea del cuerno y b) abriendo una boquilla en el extremo más estrecho del cuerno. En este video (en hebreo) se puede apreciar todo el proceso de producción del Shofar
ערוץ אורות- איך עושה שופר?
TUTORIAL
Ahora bien, ¿cómo se hace sonar al Shofar?
Cuando uno quiere hacer sonar el Shofar no debe colocar el Shofar «dentro» de su boca entre los labios, como si estuviera inflando un globo. Si uno sopla aire dentro del Shofar de esta forma no producirá ningún sonido. El Shofar debe ser colocado «sobre los labios» cerrados, en un lado de la boca (de ser posible, el lado derecho) o en el medio de la boca. Una vez que el Shofar está apoyado sobre los labios se debe soplar aire con los labios bien presionados, emitiendo el sonido de la letra «P», mientras se hace vibrar los labios. Dichoe sea de paso, esta es la misma técnica que se utiliza para tocar la trompeta.
how to blow shofar /2
No hay que inflar demasiado los cachetes ni tomar demasiado aire. Hay que respirar lo más normalmente posible. La parte más difícil es ajustar la boquilla del Shofar en los labios, evitando que el aire se escape por cualquier otro punto de la boca, en el ángulo correcto. Este requiere práctica.
Nuevamente, los pasos a tener en cuenta para sonar el Shofar son:
1. Cerrar los labios.
2. Hacer vibrar los labios con la letra «P».
3. Colocar la boquilla del Shofar sobre los labios.
4. Ubicarlo y re-ubicarlo hasta que el Shofar emita el sonido deseado.
LAS VOCES DEL SHOFAR (qolot)
Cada Shofar tiene una voz diferente, como los seres humanos. Y cada Shofar emite una única nota musical. En Rosh HaShaná hacemos sonar esa nota de tres maneras diferentes, que los Sabios llaman «voces» (qolot). La primera voz se llama teqi’a. Este es el sonido más largo, ininterrumpido y simple. Luego tenemos shebarim , tres voces cortas, interrumpiendo el aire que llega al Shofar tapando la boquilla con la lengua . Finalmente, tenemos la teru’a que consta de aproximadamente nueve voces muy cortitas. Para emitir la teru’a que se produce dando como golpecitos con la lengua sobre la boquilla del Shofar.
En este video (entre 6-9 segundos) se puede escuchar la forma más común de producir el sonido de la teru’a
תקיעת שופר לחיילים בכותל
Según otras costumbres para producir la teru’a, en lugar de dar «golpecitos» con la lengua, se roza la boquilla del Shofar creando como «ondas», que suenan un poco menos divididas. En este video se aprecia esta forma de hacer sonar la teru’a, típica de los judíos de Yemen y de algunos judíos de Siria.
מארי מתיתיה תרועה בת"ת מבשר טוב לילדי עדת תימן בירושלים
LOS 100 SONIDOS
La combinación de sonidos del Shofar en Rosh haShaná es la siguiente:
teqi’a / shebarim-teru’a / teqi’a (4 voces).
teqi’a / shebarim / teqi’a (3 voces)
teqi’a / teru’a / teqi’a (3 voces)
Esta fórmula consiste de 10 voces. Y se repite 10 veces durante Rosh haShaná. 3 veces antes de la Tefilá de Musaf, 3 veces durante Musaf, 3 veces durante la repetición de Musaf y una vez mas después de Musaf. Y así, en total, durante cada día de Rosh haShaná escuchamos 100 veces la voz del Shofar (מאה קולות).

.




TESHUBA: Beber, embriagarse y arrepentirse

EL NIVEL MAS ALTO DE TESHUBA

En su libro Menorat haMaor, el rabino Isaac Abohab, que vivió en España durante el siglo XIV, escribe (Pag. 668-669) que hay siete niveles de Teshuba o arrepentimiento. Estos niveles están divididos en términos de tiempo y circunstancias. Es decir, ¿cuándo y por qué tiene lugar el arrepentimiento? El primer nivel de Teshuba, que también es el más elevado y efectivo, es cuando uno se arrepiente de lo que hizo mal inmediatamente, por iniciativa propia, sin la intervención de terceros, y sin estar motivado por factores externos. Cuando esto sucede, dice el rabino Abohab, es una indicación de que la conciencia de este individuo está despierta y activa.

BEBER Y RECUPERARSE

Intentaremos comprender un poco mejor esta profunda idea.

Imaginemos a una persona que bebe demasiado alcohol y se emborracha.

En un primer escenario, este individuo conduce su automóvil, pasa un semáforo en rojo, es detenido por la policía, es multado y le quitan la licencia de conducir. En estas circunstancias, este individuo seguramente se arrepiente de haber bebido alcohol, simplemente porque está sufriendo las consecuencias de conducir en estado de ebriedad.

Segundo escenario. Una persona se emborracha en una reunión social, se comporta indebidamente delante de todos, y avergüenza a su esposa e hijos. Una vez sobrio, su esposa le reprocha su comportamiento y le explica el daño y el dolor que causó a sus seres queridos. Después de esta advertencia, este hombre seguramente se arrepentirá de haber bebido.

Tercer escenario. Un individuo se emborracha en público pero afortunadamente su embriaguez pasó desapercibida, y no llegó a avergonzar a nadie. Condujo su coche, pero no le pasó nada. En resumen: no sufrió ninguna consecuencia seria de su embriaguez. Es muy posible que en este escenario, irónicamente, este hombre NO se arrepienta de haberse emborrachado. ¿Por qué? Porque tuvo la suerte de no sufrir ninguna consecuencia negativa de su terrible error. Y debido a estas circunstancias positivas, irónicamente, es probable que este individuo siga bebiendo en exceso y se vuelva a emborrachar. Desde este punto de vista, no fue tan bueno para él haberse salvado de las consecuencias de su embriaguez.

Cuarto escenario. Este individuo bebe en exceso y se embriaga, y afortunadamente no le sucede nada negativo. Pero aún así, cuando se recobra de sus intoxicación lamenta sus acciones y se arrepiente “a pesar de que no le pasó nada grave”. Este es el arrepentimiento que es considerado por el rab Abohab como el de más alto nivel moral. ¿Por qué? Porque el remordimiento llega directamente desde la conciencia, y no de un factor externo que le abrió los ojos: un accidente, un mal momento o la intervención de un tercero.

Este tipo de arrepentimiento “directo” refleja que el individuo en cuestión tiene una voz interior, una conciencia activa (neshamá) que nutre la extraordinaria capacidad de reconocer nuestros errores por nuestra propia cuenta y corregir nuestro mal comportamiento sin que otro factor o persona nos tenga que abrir los ojos.

ARREPENTIRSE YA

Imaginemos que ofendí a otra persona diciéndole una palabra inapropiada. Si me disculpo de inmediato y digo: «Lo siento, no quise decir eso; no quise ofenderte; me equivoqué ,y usé las palabras equivocadas, etc.» En la mayoría de los casos, mis disculpas serán aceptadas mucho más fácilmente que cuando me disculpo después de un tiempo, es decir, cuando vea esta persona la próxima vez.

El rabino Abohab explica que cuando uno comete una transgresión hacia Dios o hacia los demás y se arrepiente inmediatamente y por sí mismo, esa «transgresión» se considerará más como un error, un desliz, una acción impulsiva, que como un acto ofensivo y deliberado.

Y concluye la exposición de este primer nivel de TESHUBA citando un texto de la Guemará en Berajot (10a) que dice: «Si viste a un erudito de la Torá cometiendo una transgresión durante la noche, por la mañana, debes asumir que ya se ha arrepentido ”. ¿Por qué le concedemos a este individuo el beneficio de la duda? Porque una persona que estudia Torá, como cualquier otro ser humano, no es inmune a cometer errores. Pero el estudio de los Preceptos Divinos nos ayuda a desarrollar una ética interna, un mecanismo mental activo que mantiene nuestra conciencia despierta , y la alarma interna se dispara ni bien hacemos algo mal, empujandonos a arrepentirnos y a disculparnos. Impidiéndonos repetir el mismo error antes de que se convierta en un mal hábito.

Rab Yosef Bitton




1. YONA: El profeta judío para no-judíos

El libro de Yoná se lee en el día de Kippur, por la tarde, en la oración de Minjá. Y fue elegido por nuestros Sabios para esa ocasión, porque la historia de Yoná tiene que ver con la idea de la Teshubá, el arrepentimiento. Creo que también es apropiado estudiar el libro de Yoná durante el mes de Elul, ya que el texto menciona que HaShem concedió a los habitantes de Nínive 40 días -el mismo lapso de tiempo desde el principio Elul hasta Yom Kipur– para arrepentirse y rectificar su comportamiento.

INTRODUCCION

ויהי דבר־ה אל־יונה בן־אמתי לאמר

El profeta Yoná vivió alrededor del año 800-780 antes de la era común, en la época del rey Yerobam ben Yoash. Residía en el reino de Israel (también conocido como «las 10 tribus», que un siglo antes se separó del reino de la tribu de Yehudá). La capital del reino de Israel era la ciudad de Shomrón.

La situación en el reino de Israel no era muy buena desde el punto de vista religioso. Los reyes de Israel, en su afán por alcanzar un mayor éxito comercial y militar, hicieron alianzas con pueblos vecinos, como los fenicios de Sidón (el Líbano de hoy). Estas alianzas tuvieron un impacto cultural y religioso muy negativo. El rey Ajab, por ejemplo, se casó con la princesa fenicia Izebel, para fortalecer esa alianza, pero la reina fenicia popularizó en Israel el culto al ídolo Ba’al y trajo a Israel niveles de criminalidad que en su nación eran comunes, pero en Israel eran impensables. HaShem envió muchos profetas para advertir al reino de Israel y a sus líderes acerca de sus malas acciones. Por ejemplo, a Eliyahu haNabi o a su discípulo, Elishá. El profeta Yoná pertenece a esta misma prestigiosa «escuela» de profetas. Sin embargo, y a diferencia de Eliyahu o Elishá, cuando Dios le habla a Yoná, no le pide que profetice a su pueblo.

קום לך אל נינוה העיר הגדולה. «Y ahora levantate y encaminate a Nínive, la gran metropolis» HaShem le pide a Yoná que vaya a Nínive, una ciudad no-judía, y que una vez allí le comunique Su palabra a sus habitantes.

LA CIUDAD MÁS GRANDE DEL MUNDO

Nínive (en hebreo Ninevé) se encontraba a las orillas del río Tigris, donde hoy está Mosul, en Iraq. Nínive no era una ciudad común. Fue la capital del primer imperio en la historia, Asiria, que en el momento del profeta Yoná estaba en su mayor apogeo. Hay algo más sobre Nínive: el texto llama a Nínive «ha‘ir haguedola«, «la» gran ciudad. Sabemos que Ninevé era una gran ciudad (‘ir guedolá) ya que llevaba 3 días recorrerla a pie. Pero, ¿qué significa el énfasis «la» gran ciudad? Hoy, gracias a los descubrimientos arqueológicos modernos, que confirman una y otra vez todo lo que afirma nuestra Torá, podemos comprender mejor el significado de esta expresión. Ver este artículo de Ashley Cowie, titulado: «10 de agosto de 612 a.e.c.: La caída de la ciudad más grande del mundo» Ninevé tenía un área ¡de más de 7 km cuadrados!. Para comparar recordemos que la antigua Ciudad de Jerusalem, por ejemplo, tenía un área de 0.9 kilómetros cuadrados, y Shomrón, que era más grande que Jerusalem, tenía alrededor de 1.5 kilómetros cuadrados. Además, Ninevé era una megaciudad en términos de su población, como se menciona al final del libro. La expresión hebrea hair haguedola no significa simplemente «una gran ciudad» sino «la ciudad más grande o más importante» del mundo. HaShem no envió a Yona a denunciar la corrupción a un pueblo pequeño. HaShem lo envió a una Nueva York (o Ciudad de México, o Buenos Aires) de aquella época.

LA CIUDAD MÁS CORRUPTA DEL MUNDO

וקרא עליה כי עלתה רעתם לפני

Y en esa gran e intimidante metrópoli, el profeta judío fue enviado por Dios para denunciar en voz alta sus actos de corrupción y advertirles que Dios ya no estaba dispuesto a ignorar y tolerar sus malas acciones.

¿Qué estaban haciendo mal los habitantes de Nínive? Como veremos más adelante en el capítulo 3, el texto habla de jamás. En hebreo bíblico la palabra jamás significa «corrupción»: robo, soborno, abuso, impunidad, etc. La Torá usa esta palabra tan pesada para describir los crímenes cometidos por la generación que mereció ser borrada con el diluvio. Nuestros rabinos observaron que estas expresiones usadas tanto aquí como en el capítulo 3 con respecto a la iniquidad de Nínive (aleta raatamnehepejet, etc.) también nos recuerdan las expresiones usadas por la Torá en la historia de Sodoma y Gomorra. Estas sutiles referencias no dejan lugar a dudas sobre la intención Divina: Nínive, como la civilización humana en el momento del diluvio, o Sodoma y Gomorra en el tiempo de Abraham, merecía ser destruida y borrada del mapa. Ahora podemos entender mejor para qué Dios envía a Yoná a Nínive.

El profeta de Israel tenía que ir a esta metrópoli para denunciar públicamente el estado general de corrupción, transmitir la advertencia Divina y evitar así su destrucción. Yoná tenía que advertir a los habitantes de Nínive que si no se arrepentían, la ciudad sería destruida.

Esta era la misión imposible del profeta Yoná.

 

 




Hiljot Teshubá 1:1 ¿Ser o no ser específicos?

כיצד מתוודה? אומר אנא ה’ חטאתי עוויתי פשעתי לפניך, ועשיתי כך וכך, והרי ניחמתי ובושתי במעשיי,
ולעולם איני חוזר לדבר זה.
La Teshubá, el proceso de arrepentimiento, incluye la confesión o Viduy, es decir, el ejercicio de articular con palabras lo que hicimos mal. Esta confesión se hace en privado. No revelamos nuestros pecados delante de otras personas –un sacerdote o rabino– sino que susurramos nuestras transgresiones sin que nadie más nos escuche. No confesamos nuestros pecados porque pensamos que Dios no los conoce: los decimos porque solo cuando articulamos nuestras faltas estamos listos para reconocerlas y hacernos cargo de las mismas.
Veremos ahora nuevamente el texto del Viduy
ועשיתי כך וכך: «Hice esto y aquello». Maimónides dice que luego de describir de forma general nuestras malas acciones diciendo «Me equivoqué, pequé y me rebelé» debemos describir nuestras transgresiones de manera más específica.
Hay una discusión entre dos rabinos: Cuándo uno recita el Viduy ¿tiene que mencionar en detalle todas sus malas acciones (esta es la opinión de Ribbí Yehudá ben Babá) o simplemente afirmar en términos generales que ha actuado erróneamente (esta es la opinión de Rabbí Aquibá)?.
El Shulján Aruj sigue la opinión de Rabbí Aquibá y dice que es suficiente arrepentirse en términos generales por todas las transgresiones cometidas y no es necesario especificar en detalle lo que hemos hecho mal. Esta posición más transigente tiene como objetivo no desanimar a una persona que quiere arrepentirse pero siente que no es capaz de (o no es lo suficientemente valiente para) recordar todos los detalles de su mal comportamiento. Exigir una confesión detallada «podría cerrar las puertas» de la Teshubá para muchos individuos para los cuales esta sería una misión emocional y psicológicamente muy difícil.
Maimónides, sin embargo, recomienda seguir la primera opinión e indica que uno tiene que mencionar en su confesión privada, dentro de los limites de su memoria, todas las faltas que ha cometido. Una confesión detallada es obviamente más creíble, más seria y más sincera. Imaginemos que un amigo habló mal de nosotros, nos hirió, nos ofendió, nos engañó, y un buen día viene y dice: «Te pido perdón por todo lo malo que hice». Obviamente, una disculpa general no tendrá el mismo efecto en quien la escucha que una conversación un poco más detallada en la cual la persona que me ofendió reconoce un poco meas en detalle el dando que me causó y se hace cargo del mismo. Asimismo, todo padre sabe que no es lo mismo si mi hijo se disculpa en términos generales («hoy me porté mal en la escuela!) que si me cuenta detalladamente lo que hizo mal. Una disculpa detallada es más sincera y más creíble.
Por eso, si bien en términos prácticos es suficiente adoptar la posición de rabbi Aquibá y el Shulján Aruj, si uno puede debe seguir la opinión de Maimónides. Para eso hay que dedicar algún tiempo a una introspección profunda y ejercitar la memoria para identificar nuestras malas acciones. Hay que se capaz de enfrentar el propio instinto de negación (la auto-justificación) y el miedo de sentir culpa o de reconocer que uno ha actuado neciamente.
El texto del Viduy que recitamos en estos días de Selijot nos sirve justamente como un facilitador para este ejercicio y como recordatorio de los temas por los cuales tenemos que arrepentirnos y las areas que debemos corregir.
Si tomamos este ejercicio espiritual con seriedad, deberíamos escribir privadamente una lista de las transgresiones que podamos recordar y leerla en voz muy baja cuando decimos el Viduy durante el mes de Elul y muy especialmente durante Yom Kippur.
Sabiendo que cuanto más recordemos, y más específicos seamos, más seguros podemos estar que HaShem nos perdonará.
A este respecto los rabinos introdujeron esta hermosa idea: En términos de nuestras transgresiones hacia Dios (no hacia otras personas!) Dios nos asegura que Él olvidará, perdonará y nos absolverá por todas las transgresiones que seamos capaces de recordar y confesemos. Y por el otro lado, Dios recordará y NO nos perdonará por todo lo que nosotros negligentemente olvidemos y nos neguemos a aceptar y articular con palabras.